A aposentadoria é vista por muitos como uma fase tranqüila, em que se pode desfrutar o resultado do trabalho de toda uma vida. No entanto, no Brasil, contar apenas com o benefício da Previdência Social não é uma boa alternativa, dado que dificilmente se consegue manter o mesmo salário ao se aposentar.
O mais provável é uma perda em torno de 30% da média salarial. Por mais que o trabalhador receba um salário alto, a base de cálculo usada pelo INSS para fins de benefícios previdenciários será sempre limitada ao teto. Caso a remuneração seja maior que o teto previdenciário, hoje em R$ 4.390,24, o corte será maior ainda.
Mas não basta contribuir sempre pelo teto para garantir que a base de cálculo para a aposentadoria seja igual a esse valor. Em dezembro de 1998 e em janeiro de 2004, o governo elevou o teto a um valor acima do que era pago, até então, aos segurados. Porém, quem já recebia o valor anterior não passou a receber o novo teto.
Além disso, o trabalhador sofre com a incidência do fator previdenciário, um índice redutor aplicado sobre a média usada no cálculo do benefício e que reduz o ganho de quem se aposenta cedo.
Tomando como exemplo um trabalhador que se aposente aos 55 anos de idade e com 35 anos de contribuição (a média atual para a aposentadoria por tempo de contribuição), o fator previdenciário utilizado será de 0,7057, o que quer dizer que sua aposentadoria será igual a 70,57% de sua média salarial. A incidência do fator previdenciário só será menor se o segurado pedir o benefício mais tarde.
Especialistas afirmam que o trabalhador que contribuir sempre pelo teto só terá salário de benefício (a base de cálculo para a aposentadoria) igual ao máximo pago pelo INSS em 2023, e isso se a inflação mensal até lá ficar em torno de 0,65%. Se a inflação for menor, o tempo para que os valores se igualem é ainda maior.