Em todo fim a sempre um começo a espera

Nesta manhã acordo as onze e pouco, tomo meu café-de-todo-dia com torradas, ligo a internet como de costume e vejo a notícia que o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, faleceu.

Pô, mal conheço o trabalho do cara e ele me morre? Sacanagem hein?

Fiquei sem fala. Ao fundo, Herbie Hancock toca seu jazz como se brincasse de pingue pongue e de súbito, uma notícia dessa acaba com o dia de qualquer um.

Passados alguns dias, em outro tour pela internet, outra bomba: morre em Campinas, por falência múltipla de órgãos, um dos maiores nomes da educação brasileira na atualidade, Rubem Alves.

Para eu jogar a última pá de terra, Ariano Suassuna também se despede de nós, deixando um legado valioso.

Arnaldo Antunes diz que perder liberta, e ele não poderia estar mais correto. Pela primeira vez, senti verdadeiramente o significado da morte. Imaginava que eu ainda poderia ter a chance de conhecer tais personalidades. A única maneira, agora, de estar com elas, será através de suas obras.

Talvez eles soubessem disso…

Ninguém espera noticia ruim, ainda mais sobre as pessoas que gostamos ou admiramos, mas quando ela vem, parece que ficamos sem rumo e que todas as nossas energias se dispersam.

Depois de tantos ‘funerais legais’ no mundo literário brasileiro, pelo menos no mundo da música, surge uma luz no fim do túnel.

Phil Collins, que é para mim um dos maiores musicais bateristas vivos,  acordou de seu  sono depois de sete anos. ‘O cara’ está tentando voltar aos estúdios. E para iluminar ainda mais minha alma entristecida, enquanto leem esta crônica, com certeza eu estarei tomando um ice-cream em Los Angeles, Califórnia bem perto da minha banda favorita Red Hot Chili Peppers. Quem sabe eu falo um oi para eles, afinal, quem está vivo sempre aparece.